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Cria+atividade

Celso Feijó
5 min readMar 15, 2017

Criatividade
sf
1 Qualidade ou estado de ser criativo.
2 Capacidade de criar ou inventar; engenho, engenhosidade, inventiva. [1]

Acredito que a criatividade é muito mais um processo do que simplesmente uma qualidade ou estado de ser. Obviamente, existem pessoas com mais facilidade de criar do que outras, mas ao longo desses anos em que trabalho com criação e design, percebi que a capacidade de criar algo (produtos, campanhas, etc) está diretamente relacionada com as atividades e experiências do dia a dia, que servem como inspiração.

Eu, por exemplo, me inspiro diariamente lendo livros, assistindo a bons filmes ou séries, conversando com meus colegas e amigos, andando de skate com meus filhos, fazendo trekking com minha esposa. E claro, os estudos e o entendimento dos “problemas” dos clientes, são pontos fundamentais para inspiração e principalmente, para direcionar a criação.

Lendo bastante e conhecendo diferente metodologias, acredito que existem alguns gatilhos para um criativo e/ou equipe criativa. Todo criativo sabe o que significam, e que devem ser usados sempre, e principalmente, quando se sentirem travados ou perdidos.

1. Acredite em você mesmo

Em nosso mundo atual (Big Data), onde tudo é medido e mensurado, as decisões tomadas são baseadas em dados. Ok. Mas acredito que quando existe um bom entendimento do cliente, de seu mercado e mais especificamente de seus “problemas”, sua intuição é uma ótima opção, se usada no momento certo. Claro que nenhuma decisão deve ser tomada apenas por intuição, mas esse feeling deve existir em momentos específicos, como por exemplo, quando em alguma etapa de um projeto aparecem mais de uma opção para seguir em frente.

A intuição tem um lugar no processo de tomada de decisão, da mesma forma que a coleta de dados tem. Portanto, acredite em seu trabalho. Acredite em você.

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2. Entendimento = empatia

Geralmente, dentro de um processo criativo temos a participação de diversas pessoas. Muitas vezes, não só da sua equipe, mas o próprio cliente, os usuários, stakeholders, etc. É muito importante que você compreenda o ponto de vista dessas pessoas para o desenvolvimento do seu trabalho.

Por exemplo, vamos imaginar um projeto de um app. Normalmente você pensa no usuário como a pessoa que acessa o app depois de criado. Existem outros tipos de usuário que devemos entender para podermos criar o melhor produto.

Seja empático. Procure entender o briefing, os assistentes ou desenvolvedores envolvidos, bem como os usuários e/ou clientes finais. Fale a língua de cada um. Seja um usuário por um dia e seja cliente no dia seguinte.

Uma dica importante é fazer o que poucos criativos que conheço fazem. Quando você receber um briefing, antes de começar o trabalho de criação, procure devolver para seu cliente o entendimento do briefing (debriefing). Você pode achar isso desnecessário, mas ao contrário do que aparenta, o debriefing faz uma grande diferença para um ótimo entendimento do que seu cliente solicita e/ou precisa.

3. Não tente, faça.

Simplesmente FAÇA o trabalho. Procurar razões pelo fato de não ter feito, na maioria das vezes soa como desculpa. Se o trabalho é importante o bastante, você pode fazer acontecer. Não tente, faça!

Tentar é esforço, fazer é comprometimento. Primeiro faça e depois, analise e melhore. E assim por diante.

Abuse dos protótipos. Com eles conseguimos visualizar o caminho para fazer e não apenas os obstáculos que possam te atrapalhar.

Do it! (Shia LaBeouf — web image)

4. Fracasso = Aprendizado

Em um processo criativo quanto mais você investe em criação ou design, fica mais difícil descartar e iniciar novamente, caso sua primeira ideia não seja a melhor para ser apresentada. Tempo e esforço já foram investidos certo?! Pois bem, mas um projeto que está ficando ruim, é mais fácil de ser descartado. Agora, se o projeto é mediano, é mais difícil justificar a perda. Existe o apego e tal. Só, que o apego pode ser amigo do erro.

Portanto, não tenha medo de recomeçar um projeto. Quanto menos projetos medianos, mais projetos com excelência. Analise o briefing, faça o debriefing e não tenha medo de descartar as ideias ruins ou medianas.

Outra atitude que pode te levar ao fracasso, é o medo de expor todas as suas ideias. Muita gente tem esse medo de soar estúpido e consequentemente de falhar. Todos temos ideias boas e ruins. Exponha todas. É um exercício para as ótimas ideias aparecem. Você só chegará em uma ótima ideia se dividir as suas. Assim, as ideias são transformadas em layouts e protótipos onde as falhas e erros serão detectados, corrigidos e desenhados novamente. Experimentação e aprendizado ajudam a aparecerem novas ideias. Com isso, o resultado final será muito melhor.

Não existe fracasso, existe aprendizado. Pratique e incentive!

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5. Resiliência

Normalmente, muitos de nós quando se deparam com algum tipo de “problema”, ao invés de aprender com o problema e buscar uma solução, procuram antes saber tudo sobre o problema para justificar o ocorrido, e apenas posteriormente procurar uma solução. Isso só atrasa o processo!

Devemos entender o problema rapidamente e focar na solução. Testar a solução, analisar o que ainda não deu certo, alterar e testar novamente. Repetir esse processo, até encontrar respostas para as perguntas que surjam juntamente com o “problema”.

Crie o protótipo o quanto antes. Com ele, fica mais fácil encontrar os problemas e também as soluções.
Seja resiliente. Procure as soluções. Não desista.

6. Colaboração

Tradicionalmente, as equipes de criação e design são compostas por profissionais criativos. Envolva outras pessoas no processo que não sejam necessariamente criativos. As equipes devem ser montadas pensando primeiramente nos produtos que estão sendo projetados.

Por exemplo, se um produto para finanças está sendo criado, seria muito interessante fazer uma rodada de brainstorm com profissionais da área (economistas, contadores, estudantes, etc).

Esta mistura permite que a criatividade realmente floresça. Para isso, a criatividade precisa ser incentivada. Nesses casos, abuse do sketch. Desenhe e incentive os outros a fazer o mesmo. Especialmente se não forem criativos ou designers. Isso não diminui o papel do criativo/designer. Na verdade, o segredo é envolver essas pessoas para ajudá-los a trazer novas ideias para essa fase de ideação do projeto.

Portanto, acredite em você e em seu trabalho, entenda seu cliente e seus “problemas” profundamente. Abuse dos protótipos e teste bastante. Seja resiliente durante todo o processo criativo, colabore com a equipe, incentive a criatividade e faça seu trabalho sem medo do fracasso. Essa vivência trará experiências excelentes para sua carreira. Acredite!

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[1] Michaelis On-line

Refs:
http://www.vanschneider.com/blog/
http://blog.invisionapp.com/
Introdução e Boas Práticas em UX Design
The Design of Everyday Things

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Written by Celso Feijó

Marketing and Communications Director at LayBack I Creative Director I Leadership I Brand & Marketing Consultancy I IG @celsofeijo

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